terça-feira, 19 de julho de 2011

Homofobia na Educação

          É um direito humano assegurado, a livre manifestação sexual do ser humano. Infelizmente não é o que vivenciamos atualmente nas escolas brasileiras, são inúmeros os relatos de atos homofóbicos em escola publicas e privadas brasileiras entre alunos, entre professores e entre professores e alunos. Devemos questionar práticas, posturas, princípios e valores presentes no ambiente escolar que reproduzem e   legitimam as hierarquias sexuais, naturalizando a norma heterossexual e inviabilizando outras possibilidades de manifestação da sexualidade.
          A escola deve ser preparada para enfrentar situações de aviltamento da condição humana no que tange as possibilidades oferecidas em ser homem e mulher, pois são as dinâmicas sexistas e seus esteriótipos que dificultam a permanência de alunos e alunas na escola, afetam as expectativas quanto ao sucesso e ao rendimento escolar, incidem no padrão das relações sociais entre estudantes e deste com os profissionais da educação.
          Um olhar especial também tem que ser voltado para a questão do bulling homofóbico praticado por educandos e educadores nas escolas. Ainda é "comum" ver alunos e professores utilizando-se de palavrões para se referir a homossexuais, ou ainda se referir a homossexuais como uma classe inferiorizada em relação a heterossexual.
          Segundo pesquisa realizada 44,7% dos entrevistados homossexuais disseram já ter sofrido agressões físicas nas escolas em razão de homofobia (Prado, Machado e Rodrigues, 2005).
          O pior são as justificativas toscas e mesquinhas utilizadas para justificar uma educação heterocentrista e homofóbica. É mais alarmante ainda quando diretores e coordenadores tomam uma postura de tolher a homossexualidade e tentar abafa-la no meio escolar, um meio que deveria servir para educar para a diversidade, criando cidadãos críticos e conscientes do seu papel na sociedade, cidadãos livres de preconceitos e posturas que possam agredir física ou psicologicamente outros com pontos de vista ou posturas diferentes da dele.
          É triste quando um beijo por iguais por exemplo pode gerar ameaças homofóbicas. Ja me é "normal" por exemplo escutar: "cuidado você vai se prejudicar com isso" (isso refere-se a atitudes homossexuais). O medo da opinião pública e o medo de enfrentamento por parte de pais homofóbicos talvez sejam a mais forte justificativa por meio dos educadores, mas se a escola não fizer este enfrentamento quem fará? Se na escola os alunos não aprenderem a conviver com a diversidade e aceita-la como normal, onde isso será feito? Será mesmo que devemos deixar que "a vida os ensine", não seria o nosso papel instrui-los para justamente não sofrerem na vida adulta, instrui-los para se tornarem cidadãos de bem que tratam seu próximo como igual? Que igualdade há em tratar desigualmente as potencialidades sexuais?
          O ambiente escolar é o local mais promissor para por fim à homofobia. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo Stiflung, em 150 municípios brasileiros em todas as regiões do país. Por isso Gustavo Venturi, coordenador do estudo, defende o debate sobre esse tipo de discriminação e uma educação livre de qualquer tipo de preconceito faça parte das aulas, inclusive na infância.
          Poderia aqui citar inúmeros pesquisadores, pesquisas, pensadores e psicólogos que defendem uma educação livre de qualquer preconceito, mas seria somente para fundamentar ainda mais o meu olhar voltado para uma educação mais igualitária quanto a questão da sexualidade, e isso será feito aos poucos nas demais postagens que aqui farei.
          "... ela acreditava em anjos, e por que ela acreditava eles existiam" 
(Clarice Linspector)
          
Eu acredito numa educação livre de Preconceitos!

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