quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dia do Orgulho Hétero ou dia da Homofobia?


   
    Câmara de vereadores de São Paulo aprova projeto de lei que cria dia do orgulho hétero, o projeto de lei aguarda apenas a aprovação ou veto do Prefeito da Capital Gilberto Kassab. Este projeto de lei legaliza definitivamente o dia da homofobia em São Paulo, agora caso a lei seja sancionada pelo prefeito, homofóbicos terão o dia de caça aos não-heterossexuais, uma inquisição ou dia de caça as bruxas numa versão moderninha da câmara de vereadores. O vereador evangélico Carlos Apolinário, autor do projeto de lei não tem noção da extensão dos danos aos direitos humanos, e de como isso pode impactar de forma negativa nossa sociedade, incitando ainda mais as agressões físicas e verbais contra os homossexuais.
        Veja alguns dos motivos descritos no abaixo-assinado que pede pelo veto do Prefeito de São Paulo a esta lei absurda!

- A sanção seria antidemocrática. A MAIORIA DOS DEPUTADOS EM PLENÁRIO VOTOU DE FORMA CONTRÁRIA AO PROJETO. FORAM 20 VOTOS CONTRA, E 19 A FAVOR. ALÉM DISSO, A MAIORIA ESMAGADORA DA POPULAÇÃO É CONTRA O PROJETO. HORAS DEPOIS DE SUA APROVAÇÃO NA CÂMARA, O REPÚDIO A TAL LEI JÁ ESTAVA ENTRE OS ASSUNTOS MAIS COMENTADOS NO MICROBLOG TWITTER. 
- O projeto é desnecessário. Heterossexuais não sofrem preconceito em razão de sua orientação sexual. Nínguém é demitido ou expulso de casa por ser hetero. Ninguém é agredido ou morto na rua por sua sexualidade. Líderes religiosos não acusam heterossexuais de ter tendência à pedofilia e programas humorísticos não expõem heterossexuais ao ridículo. Um dia que promove o orgulho só faz sentido para uma população que ouve todos os dias que deve ter vergonha de ser como é. A população heterossexual tem sua orientação validada todos os dias, pois a heterossexualidade está na TV, nas revistas, nas propagandas, nas ruas, em todos os lugares, e quase sempre apresentada em tom favorável ou neutro. - O projeto é preconceituoso. Ele prevê que a data seja usada para estimular a população a ''resguardar a moral e os bons costumes''. Ora, por que seria necessário um Dia do Orgulho Hetero para essa causa? Por acaso, quem não é heterossexual é imoral e desprovido de bons costumes? Seriam heterossexuais mais dotados de moral, de ética? Um feriado que promova a moralidade não pode estar ligado a nenhum grupo específico. Seria o mesmo que criar um Dia do Orgulho Branco, do Orgulho Masculino ou do Orgulho Católico para tal fim - como se brancos, homens ou católicos fossem as únicas pessoas verdadeiramente morais e que tem ''bons costumes''. Além disso, ele fala do ''orgulho de ser homem e de ser mulher'' como se gays, lésbicas e bissexuais fossem menos homens e menos mulheres. Uma afirmação absolutamente descabida, sem qualquer respaldo científico ou sociológico. SANCIONAR ESTA LEI É DIZER AO PAÍS E AO MUNDO QUE OS MILHARES DE CIDADÃOS E CIDADÃS NÃO-HETEROSSEXUAIS DE SÃO PAULO SÃO MENOS MORAIS, QUE SÃO ADEPTOS DE ''MAUS COSTUMES'', QUE SÃO MENOS HOMENS E MENOS MULHERES, E QUE DEVEM ESTAR EXCLUÍDOS DA PROMOÇÃO DA MORALIDADE. É DIZER QUE HETEROSSEXUAIS SÃO OS ÚNICOS DETENTORES DE MORAL. Uma vergonha para uma das maiores cidades do país, que abriga a maior manifestação LGBT do mundo. - O projeto é perigoso. Uma pesquisa na internet revela que as pessoas adeptas da idéia de manifestações de ''orgulho hetero'', em sua maioria, associam tal noção a uma superioridade da heterossexualidade, considerando não-heterossexuais pessoas inferiores, dotadas de características negativas ou, pior, ameaças a serem eliminadas. Não é incomum que pessoas defendam tal idéia dizendo que heterossexuais estão sendo oprimidos, ou que vive-se o risco de uma ditadura gay. Um Dia do Orgulho Hetero seria uma data oficial na qual tais pessoas sentiriam-se respaldadas a promover a luta contra a ''ameaça gay'': uma idéia perigosa, geradora de discriminação e violência. - O projeto é um desperdício de dinheiro público. A população heterossexual não precisa de eventos que promovam um orgulho que ela já tem - afinal, ninguém cresce ouvindo que ser hetero é vergonhoso. Ela precisa de escolas, hospitais, creches, segurança pública, transporte público de qualidade - assim como qualquer outra pessoa. O dinheiro dos impostos dos paulistanos e paulistanas não pode ser usado para a manutenção de um projeto desnecessário, com alto índice de rejeição entre a população, e que não trará nenhum benefício concreto. 

Que os absurdos, a hipocrisia e a homofobia tenham fim!