sexta-feira, 17 de junho de 2011

Eu não quero voltar sozinho...

     O curta vencedor do Festival de curta metragens de Paulínia fala de uma forma delicada sobre a deficiência visual e a homoafetividade. De veras cativante o curta conta com o elenco de três jovens atores que dão um tom todo especial e único ao filme.
     Abusando de um dos comentários feitos sobre o filme, e fazendo-me repetir, em minha opinião é uma história tão ligada a realidade, e tão necessária para um entendimento mais amplo para aqueles que não são racionais a ponto de entender a homoafetividade, que deveria ser visto como material didático nas escolas e com toda certeza virar um longa metragem.
     O curta faz jus ao termo homoafetividade (Afeto e/ou amor, por pessoa do mesmo sexo) que tanto gosto de utilizar, pois sai do âmbito exclusivo do interesse sexual a que se refere o termo homossexualidade (interesse sexual por pessoa do mesmo sexo) e do tão famigerado termo homossexualismo, que era usado a "milhões de anos atras" como termo ligado a uma "doença" (Ismo: sufixo ligado as patogenias). Ser homo-afetivo é muito mais do que um homem sentir atração sexual por outro homem, é sentir amor, afeto, carinho, paixão, é estar enamorado! Pois sim, gays se apaixonam, namoram, casam, adotam filhos... uma relação tão linda e tão pura quanto qualquer outra.
     Ainda existem pessoas que "acham" que ser homossexual é passar por uma faze, ou estar psicologicamente desequilibrado, ou ser o detentor de todos os males da sociedade moderna. Nada disso! Ser homossexual é simplesmente amar fora dos padrões dessa sociedade ainda  machista e heterossexista. Ser homossexual é ser normal, nós comemos, bebemos, dormimos, trabalhamos, ficamos felizes, com raiva, tristes, amamos e desamamos tanto quanto outro ser humano. 
     Lutar contra a homofobia (aversão ou medo de homossexuais) não é querer impor a homoafetividade a ninguém, nem querer tornar a relação homossexual "maior ou melhor" que a relação heterossexual, mas colocar esta duas relações em um patamar de igualdade, com os mesmos direitos e com os mesmos deveres! Resumindo: O amor não pode ser censurado em nenhuma de suas formas! seja hétero ou homo!
     Voltando ao curta, a forma leve em que as questões de preconceitos são abordadas nele, nos serve para refletir e repensar nossos pré-conceitos. Ter um conceito prévio de algo é normal e salutar, mas desde que tenhamos consciência que este nosso conceito inicial de algo ou alguém pode estar certo, mas também pode estar errado. Então nos cabe, pesquisar, ler, conhecer melhor aquilo que pré-conceituamos, pra só então poder se ter uma opinião final, daquilo que estamos tratando.
     Assistam o curta, e se privilegiem com a visão linda do autor/diretor do mesmo sobre a homoafetividade.
Por: Rogério L. Murji

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